quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Sobre Futebol




                O futebol é sem dúvida uma marca em nós brasileiros. Eu também tenho minhas ligações com o esporte. Não que seja um daqueles que jogam a pelada semanal com os amigos. Até tentei fazer isso quando era criança. Lembro-me do bate-bola na rua, em frente a minha casa em Osvaldo Cruz-SP. Jogávamos descalços no asfalto e o gol era o portão da garagem de minha casa. Às vezes íamos até a estação de trem da cidade onde tinha um espaço suficiente para jogar bola. Chamávamos o local de “graminha”, pois era uma delícia correr atrás da bola com os pés descalços.
                No tempo oportuno tive que tomar uma importante decisão. Qual time torcer? Eu e um amigo vizinho pensamos e analisamos. Excluímos de cara o Corinthians. Nunca gostei dos times das massas. Ficamos indecisos entre o São Paulo e o Palmeiras. Após análise chegamos à conclusão que deveríamos escolher a “Academia”. Lembro até da escalação daquele grande time: Leão, Eurico, Luis Pereira, Alfredo, Zeca, Dudu, Ademir da Guia, Edu, Leivinha, César e Nei.
                As peladas ficaram no passado. Agora vivo num país que não tem o futebol como seu esporte mais popular. Na Letônia é Hockey no Gelo ou Basquete. Mesmo quando morava no Brasil, especialmente na pequena Jacupiranga (Vale do Ribeira-SP) o pessoal da igreja me chamava para jogar peladas no acampamento da associação batista. Eu sempre dava minhas escusas. “Tenho outra coisa importante para fazer, hoje não posso...” Com o tempo o pessoal desistiu de me convidar.
                O futebol une a gente. Está no sangue do brasileiro. Hoje, morando longe dos trópicos, ainda acompanho pela internet os resultados do meu Palmeiras e do meu pequeno “Azulão” (equipe da cidade de Osvaldo Cruz-SP). Um tempo pensava que esta “paixão” fosse pecado. Hoje vejo que é uma grande oportunidade que nós, brasileiros, temos de falar de nosso Senhor e Salvador. Como brasileiros sempre nos perguntam sobre o futebol. A camisa amarelinha serve quase sempre de passaporte. Posso até arriscar dizer que o missionário brasileiro hoje deve levar consigo (além da Bíblia) umas camisetas da seleção canarinho e uma bola. Antes que eu me esqueça, deve também aprender a fazer umas embaixadinhas.

Campos dos Goytacazes, 19 de agosto de 2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário